Quatro décadas após a revolução sexual, não resta dúvida de que nós mulheres, conquistamos vários espaços antes exclusivos dos homens, mas a política brasileira continua sendo um território essencialmente masculino.
Outro item que evidencia a baixa participação no cenário político brasileiro é a pequena presença delas à frente das lideranças partidárias.
Apesar de sermos poucas numericamente, convém lembrar que nós mulheres temos uma grande capacidade de nos organizar e de defendermos nossas causas.
Somos poucas numericamente, quase insignificantes, mas muito ativas na defesa de nossas causas.
Por que então termos pouco espaço no Parlamento brasileiro? Porque a tradição da política brasileira é dominada pelos homens.
É recorrente na história das sociedades, não só entre os homens a resistências de grupos que ocupam posições de comando à entrada de novos atores na disputa de espaço. Essa aversão à partilha é mais evidente em relação as mulheres, mas também ocorrem com minorias.
A política brasileira tradicionalmente é uma arena masculina. Os partidos políticos até a alguns anos praticamente só abrigavam correligionários homens. Essa entrada das mulheres na representação formal começou a ocorrer à partir dos anos 80, na transição política. Não progride mais, porque os políticos são muito fechados à entrada das mulheres. Não só a elas, como a outros segmentos que não estão na elite do poder.
O que marca a ausência das mulheres é a falta de democracia dentro dos partidos.
A instituição da cota de 30% para mulheres candidatas nos partidos não garantiu a efetiva participação feminina na vida político-partidária. Muitas mulheres são incluidas na disputa apenas para figuração, para cumprir cotas e, além disso, os partidos não são punidos quando burlam a exigência legal.
As cotas não garantem financiamento, nem tempo de televisão. As mulheres não conseguem isso e não tem chances de se elegerem.
Muitas mulheres só ganham espaço na política partidária brasileira devido a relações de parentesco. Não é à toa que boa parte das mulheres que ocupam a vida pública ainda é associada aos sobrenomes dos maridos, pais e irmãos.
Muitas mulheres entram na vida política alçadas pelos parentes, mas destacam-se em mudanças significativas mesmo nesse cenário. Apesar de influenciadas pelos parentes, normalmente ligados à política tradicional, as mulheres tendem a adotar uma postura mais progressista e se mostram mais preocupadas com as questões sociais.
Algumas até já tem sua carta de alforria, atuam com independencia em relação ao parente. Vieram em função da família, mas se distanciaram, em vôo próprio.
Não podemos ser vistas somente para cumprir cotas. O que as mulheres precisam é de mais espaço na política para que ressalte o potencial que ela tem na sociedade. Só assim, seremos capazes de ter uma sociedade justa e igualitária. A mulher tem determinação e não deixa se abater com obstáculos que o dia à dia impõe.
Regina Flores Juçara Silva
Secretaria das Mulheres Socialistas - RJ
OBS: A Secretaria de Mulheres do PSB Mangaratiba ganhou espaço na executiva do estado, sendo nomeada coordenadora da Costa Verde. Nossa representação começa a colher os frutos do trabalho bem feito, como partido e como liderança.
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